Este artigo é para compartilhar algumas informações de saúde com mulheres que estão sofrendo de insônia após a maternidade. Sim, é verdade, elas existem! Mesmo morrendo de sono e cansaço, não conseguir dormir. É muito cruel. Se por um lado é uma queixa recorrente das mulheres a falta das noites de sono tranquilas após a chegada do bebê pelas diversas interrupções ao longo da noite, por outro, é verdade também que muitas mães enfrentam dificuldades para retomar o ritmo de sono adulto após os anos e anos de sono picotado ou por outras dificuldades relacionadas à saúde materna. Se este é o seu caso, confira essas preciosas dicas:
Primeiro, vamos esclarecer uma coisa sobre a diferença entre o sono das crianças e o sono dos adultos:
- a arquitetura do sono como nós vivemos ela se forma no bebê ao redor dos 7 meses (4 fases de sono não-REM e sono REM) e daí em diante dormir uma noite inteira de sono é uma questão de adquirir a prática e a segurança necessárias para isso
- portanto, está tudo certo que o bebê e a criança pequena não tenham ainda essa habilidade desenvolvida. Custa um certo tempo de experiência e não há muito o que possamos fazer no sentido de acelerar este processo a não ser oferecer acolhimento às necessidades físicas e emocionais que a criança manifesta.
- se você está com dificuldades para se achar num esquema familiar nessa fase das acordadas noturnas, recomendo buscar a orientação do sono infantil. O atendimento individualizado de cada caso permite adequar melhor a estratégia de sono de cada família.
- é normal que as crianças acordem durante a noite até por volta dos três anos. Depois que passa essa fase, os pais podem voltar a dormir de modo mais parecido ao que era antes das crias, se estiver tudo ok na saúde física e emocional para isso.
- Para dormirmos bem é necessário que a serotonina (neurotransmissor que favorece o sono) esteja disponível no nosso organismo. 90% da captação da serotonina ocorre no intestino. Então, a primeira coisa se você não dorme bem é verificar como está o grau de disbiose no seu intestino (desequilíbrio da flora intestinal) e acertar a sua alimentação. Isso vale para todas as pessoas, não só para as que têm filhos.
- para quem acorda de madrugada e tem dificuldade de voltar a dormir, o problema pode estar na produção da melatonina, que é o hormônio que regula o nosso ciclo cicardiano (percepção da luminosidade para diferenciação entre dia e noite) e é derivada da serotonina. Se estamos com deficiência de melatonina no organismo, além de corrigir a alimentação para melhorar a fonte (serotonina), podemos também obter melatonina através de suplementação.
- a ansiedade, que geralmente atua naquela dificuldade de pegar no sono no início da noite, pode ser decorrente da deficiência de GABA, que é um neurotransmissor importante no sistema nervoso dos mamíferos, tendo a função de nos acalmar e relaxar. Podemos obter GABA através da vitamina B6, encontrada com maior frequência em alimentos de origem animal,como carnes, de porco, principalmente, leite e ovos e entre os alimentos de origem vegetal, batata inglesa, aveia, banana, gérmen de trigo, abacate, levedo de cerveja, cereais, sementes e nozes.
- muito tempo no computador também pode atrapalhar o sono. Na pandemia isso é praticamente inevitável, né? Mas é bom identificar se é o seu caso pois fazer umas pausas ao longo do dia pode salvar algumas das suas noites de sono do desastre. Os olhos são sistema nervoso central. Só tem a pálpebra protegendo. Então, muita agressão ocular ao longo do dia através da exposição a telas pode afetar o sono.
Além de tudo isso, é verdade também que mãe tende a ser preocupada com os filhos, o que é compreensível. Tomar consciência de que não precisa mais checar se eles estão respirando aos 4, 5 ou 6 anos ou identificar qual a preocupação e encaminhar a questão de alguma maneira também pode ajudar a se liberar para descansar com a mente tranquila.
Em resumo, o caminho é se cuidar! É o grande desafio quando temos pequenos que demandam tanto de nós e uma grande oportunidade de aprendizagem para a família toda sobre o quanto somos sensíveis e precisamos dessa dedicação a nós mesmos.