Para responder a essa pergunta, precisamos pensar um pouco sobre apego e temperamento.
A regulação das emoções das crianças pelos cuidadores não se dá no vazio. O bebê não é uma mente em branco. Há uma complexidade de tendências de comportamento que vão emergindo em função do cuidado que vai se oferecendo a ele e simultaneamente o sistema de estresse se adapta ao seu temperamento.
Existem crianças fáceis e difíceis?
Poderia se dizer que sim. Quais seriam as crianças fáceis?
– As que são fáceis de acalmar, que nos fazem sentir recompensadas ao oferecermos nossos cuidados
– Não demandam muita atenção
– Buscam prazer de baixa intensidade
– Carinhosas, que gostam de abraços
O bebê que chora muito por outro lado ativa o nosso sistema de estresse. Desde o nosso cansaço, impotência, nos contagia pela sincronia mãe-bebê e nossas habilidades para regular o estresse dele são menores. Tudo se torna complexo. Tendemos a nos sentir culpadas. “Como assim não amo meu filho?”
O acolhimento das dificuldades parentais durante a primeira infância, incluindo a identificação das tendências de temperamento da criança se tornam então fundamentais. Só assim podem ser desenvolvidas as melhores estratégias de cuidado e interação em cada caso, tendo em vista a auto-regulação emocional da criança.