A idade entre 3 a 7 anos é a época do fazer. A criança aprende fazendo, por suas experiências. As conexões neurológicas acontecem quando têm essas experiências. Isso nos leva diretamente à importância do trabalho manual. Mãos hábeis fazem mentes ágeis. A inteligência está muito relacionada à capacidade manual. Inteligência artesã. Quando falamos com artesãos percebemos a inteligência de uma pessoa manual. Já pensou se essa parte como tantas outras que foram descartadas da educação fosse resgatada e cultivada? Teríamos uma geração com Q.I. superior ao nosso e não inferior, como está acontecendo.
Há um benefício enorme quando uma criança de 5 ou 6a aprende a utilizar um tear, por exemplo. Sem um objetivo a cumprir, apenas a vontade de fazer algo diferente. Graças a essa habilidade, as crianças criam o que querem, capas de almofadas, enfeites para o estojo… Isso dá uma segurança enorme à criança com um plus de autoestima. A satisfação enorme que nós dá quando criamos algo com as nossas mãos simplesmente por poder fazê-lo. Se permitimos a uma criança nos imitar depois ela poderá fazer sem o modelo. As manualidades não devem ser utilizadas como entretenimento mas sim como verdadeira aprendizagem da vida. A criança que aprende a usar as ferramentas do seu entorno, vai ser flexível em seu pensamento. O espaço para brincar livre permite que ela desenvolva sua capacidade manual e intelectual.
Então, que tipos de atividades manuais podemos fazer em casa nas férias e no dia-a-dia, ou na escola?
– Modelar com barro, argila
– Fazer pão ou outros alimentos
– Tecer com tear ou com agulhas para maiores de 6a
– pulseiras e colares de contas para crianças menores
As atividades no papel, tipo apostilas, geralmente não têm nenhum sentido para a criança. Quase nunca estão preparados, não tem entusiasmo. Observe e veja se vc não tem a impressão de uma aprendizagem vazia, sem benefício, um mero passa-tempo. Não tem comparação com as atividades manuais cotidianas que favorecem o desenvolvimento físico e mental, a autoestima e a criança aprende por experiência a valorizar o seu próprio fazer. Tudo o que fazemos com as mãos vai criando um caminho de auto-superacao. O resultado que sai das nossas mãos nos faz valorar.